sexta-feira, 30 de março de 2012

Ilusão

Imerso em coisas com significados, o personagem lê algo esperando mais algum motivo. A moça, a outra personagem, consome-se em mundos de títulos, signos e status, mundos paralelos efêmeros nos tragos, comprimidos e substâncias.

Ela tem vários sonhos e desejos, mas o fígado não suporta mais nuances de percepções cubistas alcoolizadas, nos cubos de imagens janeladas, trazendo alguma luz e outros mundos em paredes e móveis que a consome. Neste lugar, ela mantem elétricos sons ambientais ditatoriais, escondendo e censurando os sons ambientais de outros mundos naturais e pessoas figuradas próximas.

Comprimidos e fones a mantém inerte inserida nos mundos de latas cheias de gente transportadas e divisórias reparticionadas, sentada em frente a alguma tela luminosa, engenheira de mundos transfigurados em contratos, tabelas, imagens, gráficos de muitos significados!

Publicidades e verdades de mundinhos limitados cegam e minimizam os dois personagens, comprando a atenção dos mesmos por efemeridades, sustentando personificados e esgotando subsolos, inclusive superfícies, de vidas insignificantes por ausência de interação antropomórfica.

Ela, a moça, continua lá ou acolá, enquanto o outro personagem continua lendo outro mundo sem sentido. Há outros mundos solitários fora destes personagens, assim como há mundos coletivos delimitados em regras e tradições, como qualquer outro arquitetado para ser realimentado para durar séculos efêmeros ou segundos eternos!

O sangue destes personagens carregam softwares e scripts moleculares de sobrevivência e sexuais, sustentando desejos de novas interfaces de outros mundos! A moça mesmo, após receber alguns destes scripts, diz ao personagem leitor:

-- Incrível como uma só pessoa pode mudar seus objetivos, suas vontades e suas vidas: você mesmo!(Enquanto o resto é ilusão...)

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