sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pedras perdidas (1)

Pedras perdidas são partes de textos que produzi por aí mas não foram aperfeiçoados, são meras possíveis inspirações para outras peças. Pode até serem pedras dos outros para serem também lapidada.

Assim como um diamente bruto é uma pedra encontrada que precisa ser muito lapidada para ter valor e demonstrar, eu já mostro também as pedras garimpadas de algum valor, e quem sabe sejam lapidadas, trabalhadas e aperfeiçoadas?

Vejamos algumas:



"Prefiro me rebaixar antes que os outros me rebaixem pois nada é linear ou é o que parece ser!"

"Prefiro me rebaixar antes dos outros me rebaixarem, assim me levanto mais alto. E quanto mais alto subir o ego, mais baixo podem descê-lo."

"O maior dos ditadores é o publicitário: argumenta sem direito à respostas os consumidores, inventa fantasiosas verdades, reinvetam a nossa hístória.. No final, os milhares vendem lixos pra milhões e valendo milhões, por merdas! PENSO LOGO CONSUMO!"

"Prefiro a ditadura enquanto as pessoas não sabem serem democráticas!"

"Consumo logo existo! Vou consumir mais um ano! E quando não tiver mais nada pra consumir, mais nada haverá!"

"Como financiar a produção cultural, seja ela de livros, filmes, teatro, músicas, softwares e outras?"

"No mais infinitesimal dos tempos tudo pode acontecer, não é preciso mais fingir à fingir um ano novo do calendário cristão. E que todos os seus desejos se realizem à qualquer tempo!"

"Penso logo consumo ou consumo logo penso? Quais as diferenças?"

Os Cavaleiros

De duas rodas muitas viagens,
Por entre carruagens,
Fechado por malandragens,
Enganado por pilantragens!

Não tenho tatuagens,
Ou outras bobagens
Apenas duas paisagens,
Capacete e camuflagens!

Sob meu cavalo passam imagens,
Entregando bobagens,
Belas amazonas, vadiagens!

Armados punhos como tecelagens
Pobres cavaleiros Selvagens!
Caídos por barbeiragens.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Sem poemas.

Pseudo-soneto da fidelidade


Sociedade insaciedade
Sócios da vaidade
Ócios da cidade
Cadê a lealdade?

Julgais-vos a criminalidade?
A própria falsidade?
Afinal, há faculdade
Estatal, comercial caducidade

Poucas palavras,
é verdade,
Idéias, em lavras!

Faz o crime: sociedade
Comete: criminoso, maldade!
Egos, perpetuem: natalidade.

Soneto Enirrimático


Vende-se esse
Compra-se face
Cético, esquece:
Nasce uma frase!

Dia desse
fui benesse
mas crescesse
[dele] interesse

Sou esse
És... esquece...
É, merece!

Hoje amanhece
Amanhã anoitece
Ontem, vendi nesse!

Dia estranho. Angústia.


Espero sem esperar
Sou sem ser
Quero parar,
Sem o que perceber!

Coração, éter
Estômago, gelar!
Para continuar,
Não tenho ar!

Tenho sem ter,
Sei sem saber,
Faço sem fazer,

Pondero sem ponderar,
O meu querido ser,
Não quero angustiar.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Pedras perdidas no facebook

Autoria da foto: Maiara Gebrim.


"Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Não misturem as coisas."

"A cópia traz a pobreza: de espírito, de ética, de valores, de cultura. Portanto, evitem CTRL+C e CTRL+V das obras na internet, produzam também e valorizem nossos autores locais."

"Não tenho dinheiro, casa, lixo da moda ou carro. Mas tenho dignidade, coragem, criatividade e iniciativa que valem muito mais!"

"O ser humano tem uma necessidade DOENTIA de ser reconhecido, por bem ou por mal."

"Fazer tudo às vezes significa nada e fazer nada as vezes significa tudo. Lema do funcionalismo público."

"Tem gente que só olha o lado ruim das coisas. Pior que as vezes eu sou um deles..."

"Brujo Juan said to Carlos Castañeda: 'everybory has four dificulties in their life: afraid, low knologe, power and the own old age'."

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Vós sois monólogos


Vós de vários nomes
Eis minha voz
Por vós estou amando
Por vós vou sonhando
Mas decadente feliz
Ocultando dificuldades
Cureis-nos saudades!

Vós sois sedutoras
Mas vós não amais...
Já amaram as rurais?
Prostituímos-nos por vós!
Vós sois do povo,
E para o povo vós!
Mentira de novo!

Vós tendes vários gostos,
Também vários desgostos
Vós... Vós:
Salvastes, curastes,
Adoeçais animais,
Enganais, matais!
Por pesados metais...
Vós sois o poder,
No usuário ser!

Pobres todos nós!
Descaradamente vendíeis-vos,
Vós sois naturais,
Vós sois artificiais,
Vós sois sociais,

Na língua tateio-vos,
Preparo-vos,
Respiro-vos,
Na veia sinto-vos,
Um doze avos,
Sinto-te-nos-vos!

Vós destruístes civilizações,
Vós alienais descivilizações
Vós, quem somos nós?
A cura? O vício?
Transtornos amigos?
Comportamentos antigos?
O ócio? O cio?
Oh ócio, oh ócio...
Respondestes-nos vos,
Eu vos digo: drogas!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Esboço do croquí do projeto-texto "diários de uma funcionária pública: 2 de janeiro de 2084"

2 de janeiro de 2084

Agora posso falar das minhas expectativas para esse ano, este diário é uma delas. Uma idéia que amadureceu nos últimos meses e agora é fato. Tenho que falar um pouco do meu cotidiano também, disso vem a palavra diário: relatos do cotidiano, intimidade, desabafos, descrições, falar de mim, lembranças do passado e por aí vai.

Diferente do que não escrevi ontem, hoje então vou falar de como foi as festas de final de ano, aliás muito legal esse ano novo, diferente dos outros anos que tive que passar em casa, seja sozinha, com alguns amigos e amigas, a minha pequena família, ou muito sexo, drogas, músicas e jogos!

Desta vez foi diferente dos demais: foi num templo ecumênico. Estranho para as pessoas né, passar o ano novo num templo religioso?! Mas foi, num lindo templo no meio da mata ainda preservada da Amazônia, na beira do rio, ouvindo a algazarra das aves durante o dia e os sons de sobrevivência dos animais noturnos, sejam os mais estranhos barulhos de todos os tipos de sapos, morcegos, gritos de corujas..

É uma pena que certas pessoas ainda tenham preconceitos destes animais noturnos, muito associados à azar. Minha bisavó paterna dizia que sons de coruja são sinais de tragédia por vir, mas meu pai, do qual guardo muitas saudades, dizia que não, os gritos das corujas era sinal de vitalidade, força, personalidade, sobrevivência, pois cada um tem a dor e a delícia do que é, logo o instinto da coruja era sobreviver caçando pequenos animais e serpentes, delícia para a coruja e dor para as presas. Aí caçando as presas, haveria equilíbrio dentro da natureza, evitando a reprodução exagerada de certos répteis, pequenas aves e mamíferos. Diferente da sociedade humana que ainda prevalece a lei do mais forte e adaptado, mas não temos predadores além de nós mesmos para frear esse querer mais e mais.

Pois bem, o templo além dessas belezas naturais tinha estrutura para receber muita gente. Tinha várias congregações e ramificações desta igreja e no mundo inteiro, mas essa era a que eu mais gostava e mais bela que a sede, em Alto Paraíso de Goiás. Neste templo havia mescla de várias crenças, sejam judaica-cristã, religiões africanas, misticismos diversos, ritos xamânicos. Tudo isso e influências de várias culturas e povos criaram essa religião misturada mas original, refúgio de todos os tipos de pessoas, etnias e crenças, sejam ex-malandros, prostitutas, trabalhadores braçais, intelectuais, drogados, loucas, asiáticos, evangélicos, políticos, militares,... todos unidos por uma causa, a paz comugada do elixir sagrado com cada um!

O elixir tinha vários nomes, várias formas de preparo, baseado em algumas plantas amazônicas. Nos templos dos Estados Unidos da Europa o elixir era bem sintezados em dois comprimidos, um vermelho para alucinações com seu eu e um outro azul para voltar à realidade e sair do estado alucinógeno e reduzir a dor. Esses comprimidos eram mesclas de vários princípios ativos de várias drogas e lá eram sintetizados por várias farmacêuticas. Aqui no Brasil do Centro-Sul também temos, mas as ervas originais são preservadas por tradição e valem muitíssimo mais que os comprimidos. E para nós os mais fracos espiritualmente tinham que usar as drogas mais pesadas para terem êxtase, enquanto os mais evoluídos espiritualmente usavam das mais leves ou nenhuma! Conseguiam entrar em transe meditando, trabalhando, estudando. Eu já devo ser uma intermediária, preciso dos meus remédios para dormir e acordar, também azuis e vermelhos.

Lá no templo, além de termos tomado o elixir, dançamos, cantamos, nos abraçamos numa grande fraternidade! Tudo foi mais intenso que das outras vezes. Foi muito bom para eu esquecer meu ex-namorado, mas como nossa carne é fraca, acabei lá conhecendo o Pablo, um peruano alto, meigo e muito gentil por sinal. Trocamos alguns olhares durante toda a noite, além de outros que acabei ignorando, e quando no amanhecer de ontem estava vomitando, acabei tropeçando nele e acabamos trocando algumas idéias até minhas amigas me chamarem. Só hoje acordei exausta e Pablo acabou de me mandar uma mensagem na rede social dizendo: “Vamos jantar para conversarmos melhor?”. Aceitei o convite, trocamos mais mensagem, afinal não tenho nada à perder. Amanhã conto como foi.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Respire!


Respiração é um ato orgânico de sobrevivência de vários seres vivos, portanto respirar implica em vida, mas não somente isso.

O ato de respirar, tanto inspirar quanto expirar, é involuntário. Tente prender a respiração o máximo possível: Não consegues por muito tempo! E quando corremos, pulamos, amamos, assustamo-nos, a respiração é mais ofegante? E em estados de sonolência, calma, hipnose, reparou que sua respiração é mais lenta? E quando respiramos fundo para uma decisão difícil, reparaste? Quando falas, a voz necessita de ar da respiração, não é mesmo?

Sim, nosso estado emocional influi na forma de respirar! Há abordagens terapêuticas, seja na medicina, na psicologia, na meditação, o controle da forma de respirar é fundamental no sucesso destas terapias, por vários motivos, fundamentados ou não. Há pessoas que respiram fundo antes de decisões difíceis e tem sucesso, bebês no parto cujo choro enche os pulmões de vida, os sons das vozes expiradas que convencem milhares, o grito de socorro expirado, o ar dos pulmões sonorizando a flauta com lindos sincronizados sons,... Respirar está então ligado intimamente também na comunicação.

Respiração é, portanto, mais que sinal de vida, é o poder de existir e de se sentir. Portanto, se queres o controle do corpo, da mente e de mais alguma coisa que saiu do controle, explico sem muitas palavras: CONTROLE A RESPIRAÇÃO!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Saudade

Saudade...
O que sinto?
O que descinto!
Saudade...
De absinto,
Do antigo cinto
Minto!
Saudade...
Daquela cidade
Da antiga amizade
Da lealdade
Saudade...
Desistindo,
Instinto,
Estou faminto!
Saudade!
Da faculdade,
Da casualidade,
Da mensalidade,
Saudade,
Saudá saudade!
Saldo e validade!
Saudosista idade,
Saudade!
De ti, é verdade!
Dela, falsidade!
Dele, amarosidade.
Saudade...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Esboço do croquí do projeto-texto "diários de uma funcionária pública: 1 de janeiro de 2084"

1 janeiro de 2084

Um diário é secreto, há impressões somente nossas, contudo nossos desejos e angústias ‘secretas’ são felizmente e infelizmente universais! Ou seja, todos já sentiram e sentem o que sinto. São tantas emoções, só quem sente sabe o que é e em qual intensidade. Nosso humor é volúvel dependendo do dia, seja por mudanças hormonais, cólicas, tesão sexual, cobranças dos outros, dívidas, vontades, fome, sede, fármacos. Apesar de todos os nossos robôs, drogas e tecnologias, meu povo e eu ainda vivemos angustiados! Espero nos próximos dias descrever melhor isso, mas tenho agora por aquí concentrar em mim, em minha intimidade.
Já usei muitos diários virtuais, colaborativos*, eletrônicos e promocionais de várias companhias, mas este ano vou escrever no papel e caneta como meus antepassados! Me falta privacidade nos meios virtuais e públicos, apesar da fama, dos bônus que ganhamos e dos comentários dos amigos que ganhamos utilizando esses serviços virtuais.
O que vou escrever? O que sou? Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Para quê vou escrever? Estas palavras tem utilidade para alguém?! Não sei! Sei que uma hora este diário vai vazar, tornar-se público aos menos preguiçosos, sem máquinas para oralizarem(ditarem) e sem governo ou empresas para censurarem. Cansei de consumir e vou produzir escrevendo! Isso será minha memória viva na cabeça dos outros quando eu estiver morta, apesar dos backups de consciência antes morte existirem, não acredito neles! Depois explico porque, pois isso também faz parte das denúncias de certas práticas no meu trabalho e no meu país, coisas não mais toleráveis...

*redes sociais

Inauguração

Vejamos o que vou publicar... O primeiro passo aparentemente é sempre o mais difícil.