sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Esboço do croquí do projeto-texto "diários de uma funcionária pública: 1 de janeiro de 2084"

1 janeiro de 2084

Um diário é secreto, há impressões somente nossas, contudo nossos desejos e angústias ‘secretas’ são felizmente e infelizmente universais! Ou seja, todos já sentiram e sentem o que sinto. São tantas emoções, só quem sente sabe o que é e em qual intensidade. Nosso humor é volúvel dependendo do dia, seja por mudanças hormonais, cólicas, tesão sexual, cobranças dos outros, dívidas, vontades, fome, sede, fármacos. Apesar de todos os nossos robôs, drogas e tecnologias, meu povo e eu ainda vivemos angustiados! Espero nos próximos dias descrever melhor isso, mas tenho agora por aquí concentrar em mim, em minha intimidade.
Já usei muitos diários virtuais, colaborativos*, eletrônicos e promocionais de várias companhias, mas este ano vou escrever no papel e caneta como meus antepassados! Me falta privacidade nos meios virtuais e públicos, apesar da fama, dos bônus que ganhamos e dos comentários dos amigos que ganhamos utilizando esses serviços virtuais.
O que vou escrever? O que sou? Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Para quê vou escrever? Estas palavras tem utilidade para alguém?! Não sei! Sei que uma hora este diário vai vazar, tornar-se público aos menos preguiçosos, sem máquinas para oralizarem(ditarem) e sem governo ou empresas para censurarem. Cansei de consumir e vou produzir escrevendo! Isso será minha memória viva na cabeça dos outros quando eu estiver morta, apesar dos backups de consciência antes morte existirem, não acredito neles! Depois explico porque, pois isso também faz parte das denúncias de certas práticas no meu trabalho e no meu país, coisas não mais toleráveis...

*redes sociais

Inauguração

Vejamos o que vou publicar... O primeiro passo aparentemente é sempre o mais difícil.