quinta-feira, 26 de julho de 2012

Começo do fim

Caos de lares nos Focolares.
Precisam respirar outros ares,
Ode de turbulentos mares!

Fim dos insaciáveis pares,
Da gira e dos bares:
O fim e o começo!

O início meço,
Enquanto não engesso,
Ou enquanto te peço.

Vendo mentiras

Tenho uma excelente oportunidade para você. Aquela que você não vai esquecer: mentiras novas! São importadas, você não vai encontrar iguais as nossas. Estão acabando as últimas unidades, compre logo! Receba também amostras grátis para acabar com as dúvidas com nossos consultores.

Mas se você não comprar também estará fazendo um excelente negócio: também vendemos verdades, acreditar, verdades distorcidas, mentiras verídicas. Assim você não mágoa ninguém, sempre sai ganhando e pode lucrar bastante.

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Não está satisfeito ou convencido? Te damos como amostra grátis única que a vida é uma grande farça, um palco de idiotas farsantes, onde você não produz nada de útil e é um otário. É verdade grátis! Então compre logo nossas mentiras para preencher esse vazio feito por verdades!

Perguntar ofende?

Segredos,
Mentiras,
Desgastes.
Puros medos,
Iras,
Gostastes?
Tão cedos?
Sentiras?
Vós calastes?
Aos dedos,
Giras...
De astes?
Azedos,
responde em tiras:
per gun tar o fen de.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Segredos indecifráveis

O tempo passa elasticamente, contorcido em desejos e consumos insolentes: ora devagar, ora muito rápido, naturalmente.

Luzes passam devagar, levando e trazendo mais uns e menos outros, num fluxo constante de espaço-tempo deformados. Os segredos ficam guardados no escuro rico, envolvente, dilacerado.. Até que uma luz rouba todo o segredo lá contido!

Lá onde? Lá, no indefinido tempo-espaço deformado, descrito por ondas flexíveis que tudo varre dentro da sua banda..

E lá se foram outros segredos, recuperados das memórias perdidas, ex-convencidas de sua mediocridade, intolerância, medo, comodismo, ignorância.

Nesta total ausência presente, até de personagens, resta recuperar depressa os segredos aos cofres da fria escuridão, para que tudo tenha a integridade preservada. Delega-se ao leitor e à morte preservar os segredos, num movimento retrógado após expansões insustentáveis que se sucederam.

Seria excesso de pessimismo? Talvez, e sendo sim, a luz só cobre onde ela pode chegar, salvando nossos mistérios.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quatro tempos

Voltas, volta, voltas..
Sucessões de rodas,
Volúpias escolhas mortas,
Para sempre o mesmo destino.
Na roda da fortuna,
És criança indefesa,
és jovem forte,
és cônjuge com proles,
Ou anciã?
A rosa-dos-ventos diz:
há crepúsculos e auroras..
O que ela quiz dizer?
Não disse nada,
Mas sua imaginação disse mais..
Ou menos:
Que existe se acreditar!