sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Águas

O céu já não é mais azul:
Fechado como o tempo,
Contam que a falta de alguém me faz.
Faltam virtudes, falta-me paciência.
Tampouco, diante a estupidez,
Falta-te excessos de narcisos,
Numa janela para culpar todos,
No espelho para culpar-se.
Querida, já não estou nesta terra,
Esta terra é rica de hipocrisia,
Tão rica que tudo está sem sentido.
No interior encontrarás ele,
Alguém que ti deixaste para trás.
Vagas lembranças de onde viemos.
Deixo-te querida a saudade,
Saudades de alguém que está sendo trocado por outro,
Na esperança de encontrar alguém que te some ou complete,
Mas de tanto trocar já não és si mesma:
Tornas aquilo que cativas!
Diante todos, não podes expressar,
Diante si mesma, podes se libertar,
Como um anjo que corta os pulsos.
Querida, eu queria mas não quero mais nada,
Estar em teus braços é como estar nos braços das águas que me afogaram,
Lágrimas da incompreensão.
Por toda ausência que lhe desejo,
Tampouco amor ou ódio.
Não estou e não sou nada.
Do outro lado do mundo não há sol,
Pois a lua te ilumina prateada.

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